SERMÃO.
“Talvez dês esmolas. Mas, de onde as tiras, senão de tuas rapinas cruéis, do sofrimento, das lágrimas, dos suspiros? Se o pobre soubesse de onde vem o teu óbulo, ele o recusaria porque teria a impressão de morder a carne de seus irmãos e de sugar o sangue de seu próximo. Ele te diria estas palavras corajosas: não sacies a minha sede com as lágrimas de meus irmãos. Não dês ao pobre o pão endurecido com os soluços de meus companheiros de miséria. Devolve a teu semelhante aquilo que reclamaste, e eu te serei muito grato. De que vale consolar um pobre, se tu fazes outros cem?”
Paulo Freire disse ter encontrado essa passagem no Sermão contra os usurários de São Gregório de Nissa e eu tomei conhecimento disso, numa das apostilas do Curso de Extensão da UNB, “A Redação como libertação” , que cursei à distância em 1988, tempo em que Cristovam Buarque, seguidor de Paulo Freire, foi o reitor.
Mas, nas pesquisas que fiz, há confusão sobre a autoria do sermão. Alguns a atribuem a outro padre capadócio, São Basílio Magno. Não interessa. O sermão é claro, direto e útil.
O DISCURSO:
“Hoje sou o homem mais feliz do mundo. Eu espero que as pessoas se interessem em saber o que aconteceu no Brasil. Para acabar com a fome e a pobreza, é preciso colocar os pobres no orçamento. O dia em que os governantes fizerem isso, a gente vai resolver esse problema crônico da humanidade” (Lula)
O ESTADO:
“Mas, quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita”. A frase de Jesus Cristo é um pedido para que não se vanglorie aquele que dá esmolas aos pobres. No entanto, por aqui, pode ser o caminho para que uma mão não se envergonhe com o que a outra faz.
Com Lula ou sem Lula, o conjunto da obra do Estado Brasileiro na nossa vida envergonha todo o corpo.


