A propaganda do PSDB na TV causou tensão no partido. Nada de novo, porque o PSDB é o partido das divisões internas. Novidade é a briga chegar ao distinto público. Elas aconteciam à boca pequena, nos atos de atrapalhar os caminhos uns dos outros, mas com fidalguia. Por isso, o PSDB não conseguiu voltar ao governo, mesmo quando enfrentou, duas vezes, a mais frágil candidatura apresentada pelo PT, a de Dilma Rousseff. É a primeira vez, que o partido lava-roupa suja no quintal dos vizinhos.
A turma do PSDB que está no governo não gostou nada de saber pela TV, que está cedendo ao “jogo da velha política”, e praticando fisiologismo, definido como “a troca de favores individuais e vantagens pessoais em detrimento da verdadeira necessidade do cidadão brasileiro”. Para quem está no governo, estar no governo é um ato de altruísmo pátrio. Para quem está fora, uma atitude heróica em favor do Brasil.
Bem, tenha o significado que tiver para o PSDB, a participação do partido no governo Temer, pra mim tem outro sentido. É um erro original.
O povo brasileiro deu ao PSDB, na eleição presidencial, o papel de partido de oposição, aquele a quem cabe, em nome da minoria de eleitores que perdeu a eleição, o papel de fiscalizar, de cobrar e construir uma nova estrada para vencer a eleição seguinte e assumir o governo. No segundo turno da eleição presidencial, 51 milhões, 41 mil e 155 eleitores, eu entre eles, votamos no PSDB, porque não queríamos a dupla Dilma/Temer.
Mas, o PSDB partiu pra dentro do governo, quando o Vice-Presidente Michel Temer assumiu a Presidência da República em razão do impeachment da presidente eleita. E, naquele momento, todo o PSDB aprovou o embarque no governo. Os ranzinzas do presente, aqueles que fizeram o programa de TV, mudaram de lado, quando o Presidente Michel Temer começou a naufragar, com índices de rejeição nunca vistos na história.
O contrassenso ficou evidente, quando o PSDB, de saia justa, rogou aos céus, que o TSE não desse curso ao pedido que ele fizera para cassar o registro da chapa Dilma/Temer e convocar novas eleições. Naquele momento, o PSDB, todinho, estava, ainda, acomodado no governo.
Agora, estão todos, os de dentro e os de fora, com cara de mané!
Por Jackson Vasconcelos