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MANUAL PARA O BOM ELEITOR! 

Perceba que nem bem saímos da campanha eleitoral de 2024 e já há quem se movimente para as campanhas de 26. Diante disso, indico aos interessados, o livro do professor Carlo Cipolla, um sábio, falecido no ano de 2000. Ele escreveu “As leis fundamentais da estupidez humana”, onde apontou as personalidades possíveis de dois personagens, Tom e Dick. Com base na lista de Cipolla, se tem um manual para eleições. Confiram:

Se Tom empreende uma ação para obter uma vantagem e produz uma vantagem também para Dick, Tom é uma pessoa inteligente. Então, se você quer eleger alguém inteligente, busque um candidato que, ao produzir uma vantagem para ele, estará produzindo outra para você. 

Mas se Tom é um cara que, ao fazer algo que lhe dá vantagem, provocará uma perda para Dick, Tom é um bandido e, portanto, se você precisar de um bandido na política, escolha um candidato semelhante ao Tom que, ao ter a vantagem de vencer a eleição, provoque algumas perdas para você. 

Ora, mas se Tom, ao agir, perde alguma coisa, mas produz ganhos para Dick, Tom é um político vulnerável. Se você acredita que uma pessoa vulnerável pode exercer o mandato em seu nome, fique à vontade. 

Por fim, se Tom age e, ao agir, provoca perdas para Dick e para ele mesmo, aí teremos o Tom estúpido. Neste caso, Tom estará mais para eleitor do que para candidato. 

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NENHUMA VITÓRIA É DEFINITIVA

Todo ser inteligente deveria adotar como guia a expressão “nenhuma vitória é definitiva” do filósofo francês Marc Sautet. Os eleitos pelo povo para representá-lo deveriam tê-la como sentença. Ela está no livro “Um Café para Sócrates”, um tratado de filosofia. Marc Sautet relata as experiências dele no lidar com a filosofia como meio de vida.

No livro, a frase que eu utilizo como título desse artigo se completa com outra enunciação: “Nenhuma perda é irreparável”. Somadas, temos, então, a sentença completa: “Nenhuma perda é irreparável; nenhuma vitória é definitiva”. Marc Sautet, um sujeito brilhante, morreu jovem com 51 anos de idade, fato que joga por terra a inicial da sentença, quando a vida está em jogo. Afinal, sabe-se que todo ser humano, ao morrer, torna-se uma perda irreparável, se não para o mundo, como é o caso de Marc, pelo menos para alguém.

Ocorre que a política é o assunto aqui e nela, a expressão completa faz todo o sentido. Vejam vocês. Saímos há pouco de um novo tempo de campanhas eleitorais, com resultados que apontaram vencedores e vencidos. Para os vencidos, a primeira parte da sentença de Sautet é um fato real: “Nenhuma perda é irreparável”, basta que se tire lições da derrota e, sem paixão ou mágoas, faça-se leitura dos erros e acertos, das oportunidades perdidas e das ameaças não consideradas e também do que se deixou de aproveitar das conquistas do longo da vida.

Para os vencedores, é tempo de tomar como base a segunda parte da sentença de Marc Sautet, “nenhuma vitória é definitiva”. Se os eleitos permanecerem guardiões da confiança do povo durante o exercício do mandato, a vitória será definitiva e abrirá espaço para outras tantas. Contudo, é preciso estar atento para uma situação bem comum ao exercício dos mandatos. Ele é cheio de surpresas e as expectativas criadas pelos discursos proferidos nas disputas podem estar longe das condições que precisam os eleitos para atendê-las. De certo modo, o povo, ao votar, sabe disso. Então, o grau de confiança do povo nos eleitos não se dá, unicamente, pelo cumprimento das promessas, mas pelo conhecimento que o povo terá das dificuldades e da disposição dos eleitos para ultrapassá-las. Nesse momento, a comunicação entre eleitos e eleitores é fundamental tendo por base a verdade, exclusivamente, a verdade comunicada de modo eficaz.

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FELIZ?

Há guerras em quase todos os lugares, crises em todos os lares, jovens viciados, roubos, assassinatos, estupros e corrupção. Crianças com fome e sem futuro, crianças com comida em abundância, luxo e riqueza. Miséria, também. Opulência vergonhosa, idem. As prisões estão lotadas e os cemitérios de gente que seguiu antes do tempo certo.

Diante de tudo isso, a gente se queixa, se assusta, se apavora e, por vezes, até finge não ver, pois o ver implica em sentir dor. O que fazer? A gente escolhe governos, troca governos, faz revoluções, manifesta-se com discursos, bandeiras, sermões, rezas, orações e ninguém tem paz. Se a tem, é por pouco tempo ou por alienação. A roda da política gira, gira, gira.

O que fazer? Como resolver isso? Ora, meu caro amigo, minha dileta amiga, a solução nos foi apresentada há mais de dois mil anos. Vejam só: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo”. Sim. É exatamente assim que o mundo anda a funcionar. Ou não é?

Não é por isso que uns são Bolsonaro e odeiam os que não são. E outros odeiam que está com Bolsonaro a ponto de colocá-los na prisão? Perfeitamente. Então estamos todos bem a viver de acordo com as normas. E temos o bom exemplo do que acontece no mundo todo, quando existe o amor ao próximo e o ódio aos inimigos.  Silas Malafaia será o líder. Ele está correto quando esbraveja e grita impropérios contra os inimigos.

Pois é. Nisso está o sentido da frase popular: “a pressa é inimiga da perfeição”, já que a mensagem não parou o caminho dela no ódio aos inimigos, mas seguiu para dizer: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus”.

Uau! Mas, isso é impossível ao coração humano.

Então, não reclamem, nem esperem muito dos governos ou dos malafaias estridentes. Continuemos em guerra, a viver com medo uns dos outros e professar uma fé que não é completa. Permaneçam no ódio aos inimigos, até que o próximo se torne um deles. A gente já sabe que isso é plenamente possível.

Feliz dia do aniversário de Jesus, que os próximos e os inimigos chamam de Natal.

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DEMOCRACIA NO XADREZ

Imagine-se diante de um tabuleiro de xadrez organizado para uma partida. Nessa posição, vamos definir a democracia. Sigamos. Quando os jogadores são os membros de uma sociedade, o povo, e as peças os agentes do Estado, aí temos uma democracia.

Porque os cavalos, os peões, as torres, os bispos e até mesmo a rainha e o rei serão movimentados pelo povo que, no interesse da vitória dele, desloca as peças no tabuleiro. Mas, quando os jogadores são os agentes do Estado e as peças são o povo, temos a tirania.

Só se sairá dela no momento em que os cavalos, torres, bispos, a rainha e o rei, líderes do povo, ganharem vida para se rebelarem. Será quando o cavalo não concordará mais em só se movimentar em “L”, as torres, nas verticais e horizontais, os bispos em diagonal e os peões, até mesmo eles, não aceitarem mais a obrigação de caminhar uma casa de cada vez somente. 

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GOLPE? “ASSIM É (SE LHE PARECE).”

“Pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff!” Com essa frase, em 2016, Jair Bolsonaro, já candidato à presidência,  declarou o voto dele a favor do impeachment da Presidente Dilma. 

Com a frase e com o voto, Jair Bolsonaro reacendeu, na memória do povo brasileiro, o golpe de 1964, momento em que o Congresso Nacional declarou vaga a Presidência da República, tendo-se, ainda, em exercício pleno, legal e legítimo, o Presidente João Goulart. Os generais apoiaram a decisão do Congresso, mas exigiram, em troca, a Presidência da República e todo o poder que ela pode representar para os ditadores. 

Não existe na história recente do Brasil, além do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, alguém que represente com mais propriedade o período de terror iniciado no Brasil em 1964, uma longa noite de prisões, mortes, desaparecimentos, torturas, exílios, mandatos cassados, perseguições e aposentadorias compulsórias cruéis. Portanto, ao homenagear o Coronel Ustra Jair Bolsonaro, no imaginário dos críticos e das vítimas de 64, assumiu a imagem de alguém favorável ao golpe de 64 e de todas as consequências dele. 

Depois, houve uma sequência de fatos que reforçaram a imagem de apoio do Presidente ao golpe de 1964 e à preferência por ditadores. Por exemplo, a nomeação de militares para os postos-chaves do governo, inclusive para o papel de interface com o Congresso Nacional e com a imprensa. Na mesma direção, caminhou a declaração de Jair Bolsonaro no dia 31 de março de 2020, quando ele se referiu ao golpe de 64 como o “Grande dia da liberdade”. Em agosto de 2021, Jair Bolsonaro autorizou o desfile de tanques nas ruas de Brasília, com o pretexto de homenagear a Marinha, um fato que a imprensa vendeu como uma tentativa de constranger o Congresso Nacional, que votava a exigência de voto impresso nas eleições. 

A presença e pressão dos apoiadores de Jair Bolsonaro nos portões dos quartéis do Exército foi a pincelada final na composição da imagem negativa dele. O fato reacendeu a lembrança da ocasião em que o povo brasileiro foi às ruas em 1964, para pedir a intervenção dos militares no processo político. 

Jair Bolsonaro, por atos, fatos e palavras, vestiu a imagem de ditador e de golpista, algo que ele mesmo reconhece ter, embora não queira. Por isso, ele cita, com frequência cansativa, a decisão de manter-se dentro das “quatro linhas da Constituição Brasileira”. 

Luigi Pirandello, Nobel de Literatura em 1934, escreveu “Assim é (se lhe parece)”, uma peça que cabe na política brasileira nesta altura, quando se vive uma verdadeira esculhambação sobre o conceito de verdade. O que é ou não é realidade?  O que é ou não é só imagem? O que é verdade ou narrativa? Pirandello traz na peça a compreensão de que há sempre, naquilo que a gente toma como verdade, um elemento de relatividade baseado na consciência subjetiva. 

Bolsonaro é ou não um golpista? Será que assim é se lhe parece ser? 

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POR QUE TRUMP VENCEU? 

Jackson Vasconcelos, 12 de novembro de 2024

Se você deseja uma pista para a razão da vitória do republicano Donald Trump, busque na opinião que têm os americanos da classe média sobre as políticas públicas dos democratas, que fazem caridade aos pobres com o dinheiro de quem trabalha duro e paga impostos. Uma boa dica está no livro “Era uma vez um sonho”, escrito por J. D. Vance, eleito vice-presidente na chapa republicana. J. D. Vance escreveu o livro no tempo em que nem sonhava estar com Trump na empreitada. 

Vamos lá: 

Ele conta as experiências dele como caixa num mercado perto da casa da avó, com quem ele, na época, morava:

“(…). Também aprendi como as pessoas jogavam o jogo da assistência social. Compravam duas embalagens com uma dúzia de refrigerantes com cupons e depois os vendiam com desconto por dinheiro. Eles passavam suas compras separadamente, comprando comida com cupons, e cerveja, vinho e cigarros com dinheiro… Nunca entendi por que nossas vidas eram uma luta sem fim enquanto aqueles que viviam da generosidade do governo tinham um monte de quinquilharias com as quais eu só podia sonhar… A cada duas semanas eu recebia um contracheque e sempre reparava a linha que mostrava os impostos federais e estatais que eram debitados do meu pagamento. Pelo menos, com essa mesma frequência, nosso vizinho, viciado em drogas, comprava cortes de T-Bone, que eu era pobre demais para comprar, mas era forçado pelo Tio Sam a comprar para os outros… Cientistas políticos escreveram páginas e páginas tentando explicar como a população da região central dos Apalaches e do Sul passou de democrata convicta a republicana convicta em menos de uma geração… Grande parte da explicação está no fato de que muitos brancos da classe trabalhadora viram exatamente o que eu vi trabalhando no Dilman’s. Desde os anos 1970, a classe trabalhadora branca passou a se voltar para Richard Nixon porque começou a perceber que, como um homem disse: “o governo estava pagando para pessoas que vivem de assistência social e não fazem nada! Eles estão rindo do nosso país! Nós somos trabalhadores e eles estão rindo da nossa cara porque trabalhamos todos os dias!” (referência: Rick Perlstein, Nixonland: The Rise of a Presidente and the Fracturing of América (2008). 

Fica aqui a minha sugestão de um ótimo livro. 

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O DEBATE SOBRE DEMOCRACIA E O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES

Recentemente, durante uma reunião do conselho do Instituto Atlântico estive em um debate caloroso e duríssimo com meu colega economista, empresário e presidente do instituto, Rafael Vecchiatti. Para ilustrar detalhes de sua opinião, ele me sugeriu a leitura de um dos seus artigos que expressa uma visão crítica e contundente sobre o atual papel do Supremo Tribunal Federal no Brasil. Ele questiona a independência entre os poderes e faz uma chamada enfática para que outros atores políticos e instituições do país atuem contra o que ele considera uma violação de liberdades e princípios constitucionais.

Compartilho com vocês o artigo do Rafael Vecchiatti, publicada originalmente no site do Instituto Atlântico, e os diálogos que compartilhamos após esta reunião.

GOLPISTAS e HOMENS DE CARÁTER

14/02/2024

Rafael Vecchiatti

“Numa nação livre, os cidadãos decidem os limites de poder que concedem ao Estado e aos seus dirigentes; num país que não o é, os governantes resolvem as liberdades que concedem aos seus cidadãos”.  J. Goldsmith.

Vivemos um momento inusitado da nossa história política. Nos últimos anos, o comportamento do Supremo Tribunal Federal tornou-se absolutamente irracional. A Instituição, que deveria ser o espelho fiel da Constituição, tem se comportado como um tribunal de inquisição medieval e interferido ilegitimamente nas prerrogativas do Legislativo. Na prática, em decisões monocráticas ou coletivas, oprimem, cerceiam e condenam cidadãos, ao arrepio da LEI. E mais, anulam processos legítimos e soltam condenados quando os integrantes fazem parte da atual oligarquia dominante. Isso não é apenas insegurança jurídica: é o caos da ordem legal vigente!

A sanha de arbitrariedades que vêm sendo cometidas pela Suprema Corte do Brasil não deixa dúvidas sobre QUEM são os autores “do golpe” de que tanto falam em suas narrativas. Ou como diz aquele que se acha “o supremo do Supremo”, contra “o estado democrático de direito…”

Seria hilário se não fosse absolutamente trágico para a Nação Brasileira!

À luz da civilidade e dos verdadeiros princípios de justiça, tal comportamento é tão inacreditável e desprezível, quanto fere e sufoca a liberdade individual daqueles que têm caído nas suas vingativas e ditatoriais garras.

verdadeiro “Estado de Direito”, que suas excelências ignoram, mas tanto proclamam em absurdas e cansativas narrativas, significa a adoção de 3 princípios fundamentais que a Civilização Ocidental aprendeu após longa experiência: o primeiro, que todos os órgãos de um Sistema de Governo devem ter perfeitamente definidas e claramente limitadas as suas funções; o segundo requisito é que as leis, para serem verdadeiras, devem possuir os seguintes atributos: serem normas gerais de justa conduta, iguais para todos (inclusive para quem as fez) e aplicáveis a um número indefinido de casos futuros; e o terceiro é o princípio constitucional da autonomia e independência entre os poderes. Para o atual STF, além de não respeitarem essa autonomia e independência, as leis não precisam ser iguais para todos, podem ser discricionárias ante este ou aquele seguimento da sociedade, e até retroativas.

Por outro lado, tem sido encorajador ver a evolução da quantidade de artigos e pronunciamentos sobre este sombrio momento político que estamos vivendo. Entretanto, fico abismado com o excesso de eufemismos em muitas dessas manifestações, que chegam a configurar clara covardia dos seus autores. A cuidadosa manifestação dos cidadãos privados é compreensível diante do receio de que as arbitrariedades os atinjam. Mas, e os membros das outras Instituiçõeseleitos ou escolhidos, justamente para manter o equilíbrio constitucional de um Sistema de Governo?

Onde estão os homens e mulheres de caráter deste País para se contrapor, legalmente, aos abusos da Suprema Corte? Certamente há muitos, mas ONDE ESTÃO?

Como Servidores Públicos, além de honrar as suas dignas funções, deveriam se importar seriamente com o seu comportamento à sombra da Constituição, a fim de evitar a verdadeira PREVARICAÇÃO.

E a prevaricação NÃO É caracterizada por se descumprir ordens emanadas por qualquer indivíduo de órgão superior, só porque o Estado lhes EMPRESTA poder numa hierarquia maior. Como o vernáculo nos ensina, PREVARICAR É: “ABUSAR DO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES, COMETENDO INJUSTIÇAS OU LESANDO OS INTERESSES QUE DEVIA ACAUTELAR” (dicionário Porto Editora). Sentido ao qual o artigo 319 do Código Penal acrescentou a penalidade omissiva, ao punir aquele que “DEIXA DE” praticar ato de ofício.

Em primeiro lugar, ONDE ESTÃO os magistrados das demais cortes e instâncias do País? Vão permitir que a “Instituição Justiça”, já tão criticada, desmorone? Onde está o CARÁTER e a CONVICÇÃO desses, diante do juramento de se cumprir a LEI? Tão ciosos de suas prerrogativas e vantagens profissionais, mas quietos e SUBJUGADOS por algum algoz desmoralizador da sua própria casa? Será preciso recordá-los que a VERDADEIRA JUSTIÇA é o último bastião da civilidade? E que depois dela só restará a barbárie?

ONDE ESTÃO os políticos de todas as esferas? Principalmente os do Congresso Nacional, que foram eleitos para representar o POVO! E o povo, na sua IMENSA MAIORIA, não quer este atual estado de coisas. Essa violação do processo legal, esse arbítrio ideológico, essa afronta à nossa ainda imperfeita Constituição. Os congressistas não só têm o PODER LEGAL (o Senado em particular), mas a OBRIGAÇÃO de cumprirem a Constituição e AGIREM em nome dos cidadãos que os elegeram! ESSA INAÇÃO, na verdade, demonstra claramente como é frágil e deturpado o nosso SISTEMA de REPRESENTAÇÃO atual, e porque necessitamos de uma NOVA Constituição.

ONDE ESTÃO os governadores E A SUA AUTONOMIA POLÍTICA? Ah! Somos uma república de mentirinha? Não têm autonomia ou moral para se afastarem do governo central? Esperem as PRÓXIMAS ELEIÇÕES (se houverem) para ver como o POVO os julgará pela covardia e OMISSÃO das suas responsabilidades. E esperem também a consolidação desse estado totalitário para ver como vai ser… A começar pela centralização de impostos, aprovada recentemente numa ABSURDA “Reforma Tributária” que os senhores, de fato, desconhecem.

E finalmente, ONDE ESTÃO os militares das 3 ARMAS, que juraram defender a Constituição? Estão esperando mais o quê? Concordam com o atual estado de coisas, onde um condenado comunista voltou ao Poder pelas mãos sujas do STF? E em conluio, estão executando um premeditado projeto de poder ditatorial, emanado do Foro S. Paulo? Nossas Instituições pereceram, e, com elas, a própria política. Se não há mais instituições minimamente confiáveis, aplica-se a famosa fórmula de Von Clausewitz: “a guerra é a continuação da política por outros meios.” Então, onde está o vosso discernimento? ONDE está a vossa HONRA? ONDE ESTÁ O VOSSO JURAMENTO?

São servidores públicos que também PREVARICAM? OU SÃO cidadãos HONRADOS que, por serem o Poder Coercitivo Legal vão defender a Constituição e a Nação desses abusos inomináveis?

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NOSSO DIÁLOGO:

Jackson:

Meu caro presidente, eu já conhecia o texto, mas de qualquer modo, agradeço a deferência. Dele discordo em um ponto – exclusivamente, quando vc chama os generais para uma conversa que não precisa deles, um equívoco que nossa gente já cometeu e eu, certamente também vc, não gostamos do resultado. Sim, há exageros nas decisões do STF, mas isso é coisa para o Congresso resolver. Há defeitos no Congresso, sim, mas isso é assunto para o povo resolver e ele não está impedido nem limitado para encontrar a solução. Por isso, discordo veementemente, com todas as minhas forças, da sua tese e da Katia (pessoa também brilhante), de estarmos sob a égide de uma ditadura. Não estamos. Já estivemos, quando os generais que vc convoca, estiveram na direção. Esse é o ponto. E ao entrar nele, chamo a sua atenção para o papel que entendo seja o nosso como componentes de uma organização de ponta como o é o Atlântico. Cabe-nos a tarefa de levar e defender diante do povo, as nossas idéias com força suficiente para convencê-lo, pois, pode ser que o povo na sua “IMENSA MAIORIA”, citado desse modo em seu texto, não tenha o sentimento que vc acredita que já tenha. É perigoso falar em nome do povo antes que ele se pronuncie. Concordo que precisamos de uma noca Constituição, sim pois a que o povo construiu eem 1988 não existe mais. Vc já me afirmou reconhecer que ela é uma colcha de retalhos. Meu caro presidente, há sim uma democracia vigente no país. Pode não ser a que gostaríamos que fosse, pois a democracia (poder exercido pelo povo) não nos atende, pelo fato do povo não nos compreender, daí a importância do Atlântico, no meu entendimento. Ele é um elemento estratégico para o convencimento daquele a quem cabe, de fato, decidir o destino do país: o povo. Vc cita o general Von Clausewitz, no ponto frágil dos argumentos dele: ” a guerra é a continuação da política por outros meios”. ERRADO. A política é o instrumento que oferece uma solução pacífica para os conflitos humanos. Onde há guerra, desaparece a política, que só retorna quando os povos sentam para o tratado de paz. Mas, já que estamos com “Da Guerra”, de Clausewitz, vou a uma passagem do prefácio oferecido ao livro por Anatole Rapoport: ” não possuímos nem desejamos possuir uma classe militar na qual os assuntos sejam delegados com plenos poderes. As nossas forças armadas, incluindo o corpo de oficiais, são recrutadas numa base democrática. É assim que deve ser, visto existir um único responsável nacional de um Estado democrático: o povo todo”. Desejo-lhe um bom dia.

Rafael Vecchiatti:

Obrigado pelas observações. Como bem notou, as Forças Armadas vem por último porque eles também tem a função (constitucional) de defender a Constituição. E são os que detém o poder coercitivo legal. Apenas por isso são chamados. É a última instância, quando todos os demais responsáveis falham.
O que chama de “exageros” do STF são, de fato, atrocidades à democracia e IMPEDEM o seu funcionamento constitucional. E o Congresso NÃO resolveu, até hoje. Diferentemente do que afirma, o povo está impedido de resolver simplesmente porque NÃO está representado como deveria. Nosso sistema partidário/eleitoral é uma FARSA. SEM voto distrital; recall; coeficiente eleitoral correto; fidelidade partidária e outros quesitos, jamais seremos representados corretamente. É isso por ora, meu caro Jackson. Quiçá tenhamos sempre tempo, disposição e liberdade para dialogar e contribuirmos, sempre melhor, para o nosso país. Um bom dia para tí também.

Jackson:

Meu caro, gosto do bom debate e como percebo que vc tem o mesmo prazer, ouso esticar a nossa conversa com um alerta sobre o papel dos militares, que, ao contrário do que vc expõe aqui não têm o dever constitucional de defender a CF, pelo menos não é o que diz o artigo 142, da CF, usado como argumento dos que pediram o golpe. Eis o artigo: “Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.” Está bem clara a subordinação suprema ao Presidente da República e garantidores da lei e da ordem só por iniciativa dos poderes constitucionais: Executivo, Legislativo e Judiciário. O povo tem acesso às ações das Forças Armadas quando escolhe o presidente. O sistema eleitoral e político é falho? Cabe ao Congresso refazê-lo. Ah! mas o povo é ludibriado quando escolhe os membros do Congresso? Pode ser, mas em sendo, retorno ao nosso papel como gente esclarecida: esclarecer o povo e criar os instrumentos para isso. Um dia, por aqui, um grupo de indignados fez o certo: criou um partido e disputou eleições. Eu me filiei a esse partido. Em 2018, votei, no primeiro turno, no candidato desse partido – Amoedo. em 2022, no primeiro turno, fiz o mesmo, votei no Luiz Felipe. É assim que entendo o jogo político

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IMPRENSAZINHA RUIM, HEIN?

Entrevista com o Ministro José Múcio.

Jackson Vasconcelos, 02 de novembro de 2024

“Eles agora estão mostrando o que são”. “Graças às Forças Armadas não houve golpe no dia 8 de janeiro”. “O Presidente Lula quer um novo avião, que não virá por enquanto”. “Não entendi. Vocês falam todos juntos, e eu não consigo entender”.

Essas são declarações do Ministro da Defesa, José Múcio, feitas durante a entrevista da semana no Portal UOL. Josias de Souza, Fabíola Cidral e Tales Faria, entrevistaram o ministro.

Ele é um político experiente, engenheiro e músico. Portanto, tem paciência, habilidade e ouvidos bons para identificar os acordes. Os três entrevistadores são inquisidores. Gostam de apertar aqueles que aceitam ser entrevistados por eles. Fabíola, âncora, abriu a entrevista com card publicado pelo polícia da Venezuela, onde se vê, borradas a imagem da bandeira brasileira e da silhueta do Presidente Lula, com os dizeres: “El que se meta con Venezuela SESECA” – Se dá mal. E questionou o ministro. Deu-se o seguinte diálogo:

  • Essa mensagem divulgada pela polícia venezuelana pode ser lida como uma ameaça?
  • Olha, esse assunto da Venezuela é um assunto ligado à diplomacia brasileira. A gente sabe, que cada um tem uma posição sobre a relação do Brasil com a Venezuela. Eu, por exemplo. O meu trabalho foi fechar a fronteira, aumentar o número de soldados; colocar blindados, quando eles ameaçaram invadir. Eu fico satisfeito com essas coisas, pois eles vão mostrando o que, verdadeiramente, são. É uma opinião pessoal. Não há mais o que contestar sobre o caminho que eles tomaram. Só cabe a nós tomar cuidado.
  • Mas, o senhor entende como uma ameaça? O senhor acabou não respondendo à minha pergunta.

Eita! Como não respondeu? Está mais do que respondido. Sobre a ameaça, sim, mas não sobre quem contestava o que são, verdadeiramente, os venezuelanos. Eu esperei isso da jornalista, pessoa que adora provocar polêmicas. Ora, sabe-se que do Lula à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, bastante gente no governo andou a proclamar que há democracia na Venezuela. Lula chegou a homenagear o Maduro.

Minha conclusão: gente fraca, não?  E houve mais. Se você quiser verificar, aqui vai o link https://youtu.be/6qMD4DDng4Y?si=St9p69GeZy2f-eb0

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PESQUISA DECIDE ELEIÇÃO? 

Este ano, em Taubaté, decidiu. Duas semanas antes do momento do primeiro turno, o IPEC apontou, duas vezes, um resultado irreal, que desviou os votos que seriam dados ao prefeito, candidato à reeleição, para o candidato do Partido NOVO. 

O IPEC registrou 3% das intenções de votos para José Saud, candidato à reeleição, No entanto, no tracking realizado por nós, Saud pontuava 21%. Para os eleitores, o resultado do IPEC não foi novidade, uma vez que durante a pré-campanha, José Saud transitou entre 9 e 3%, mesmo nas pesquisas contratadas por ele. 

Para nós, operadores da campanha, contudo, a surpresa foi grande, pois a campanha na TV e rádio apresentou resultados excelentes e programas bem avaliados em pesquisas qualitativas. José Saud, por sua vez, venceu todos os debates e teve um bom desempenho nas sabatinas. Fatos que reduziram, significativamente, a rejeição do povo ao prefeito e ao governo dele. O tracking feito por nós e a própria pesquisa IPEC mostraram isso. 

Daí, vem uma questão relevante: por que razão o IPEC publicou a pesquisa que publicou? Houve intenção? impossível dizer. Mas, tenho uma suspeita, que, francamente, cabe. Quando o IPEC pediu o registro da pesquisa, previamente, excluiu a possibilidade de José Saud estar no segundo turno. Como? se a pesquisa ainda não tinha sido realizada? Portanto, outra conclusão é impossível. A pesquisa tinha intenção e direção. 

Com o desejo de concluir melhor, eu preciso estender as minhas considerações sobre o que houve em Taubaté desde a eleição do prefeito José Saud, em 2020. Ortiz Júnior, deixou a prefeitura quebrada, com uma dívida que estrangulava a capacidade de investimento e até a manutenção dos serviços públicos essenciais. E, desejava retornar. Para voltar à prefeitura, Ortiz Junior precisava do insucesso do José Saud. Então, trabalhou para que ele acontecesse, senão na prática, pelo menos no consciente da população. E fez isso bem, a ponto de sensibilizar as pesquisas. 

A campanha do prefeito aconteceu com o objetivo de colocar a  verdade no lugar das mentiras sustentadas pelo antecessor, Ortiz Junior. Todos os demais candidatos adotaram a mesma prática e fizeram do Ortiz Junior o foco de suas campanhas. José Saud, portanto, pautou a campanha em Taubaté, inteiramente. Ele brilhou. Dito isso, fica mais fácil defender o interesse do IPEC de tirar o prefeito do jogo. Não adiantou, pois quando os eleitores do Saud receberam a informação de ele não conseguir chegar ao segundo turno para derrotar Ortiz Junior, transferiram o desejo para o candidato do partido NOVO. Sérgio Victor, que venceu Ortiz com o dobro dos votos. 

As pesquisas estão aqui expostas para o seu julgamento. E Ortiz Junior derrotado.

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ANISTIA!

Jackson Vasconcelos, 31 de outubro de 2024

A história de nossa gente está marcada por anistias e, se há um símbolo para ela, Juscelino Kubitschek é o melhor candidato. E se houver um segundo lugar no pódio nacional, eu o daria ao João Figueiredo. 

Pois bem, somos um povo dado a perdoar. 

Há no Congresso Nacional um grupo de parlamentares buscando anistiar dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando baderneiros liderados, sabe-se lá por quem, saíram a invadir prédios públicos e a promover quebradeiras. 

Desejo a anistia, pois, certamente, entre os punidos, estão pessoas que nada tiveram com a bagunça e estavam em Brasília, em frente aos quartéis do Exército, com o propósito de reivindicar a permanência de Jair Bolsonaro na Presidência da República, depois de ter ele sido vencido na eleição. Gente que não se conformava em entregar o país ao Lula. 

O que queriam, então? Que o Exército agisse em nome deles, uma vez que as urnas não foram suficientes. Eles deveriam ser punidos por isso? Nunca. O próprio Exército deu-lhes a resposta devida ao não agir. Caberia à Justiça, depois de apurados os fatos e identificados os baderneiros, puni-los e nem precisaria ser com penas de prisão. Bastaria que impusesse a quem promoveu e executou a quebradeira, a obrigação de pagar pelos prejuízos.

Mas, os exageros da Justiça – poder que se torna muito perigoso quando exagera, assim como acontece com a polícia – não podem desfigurar a intenção de quem estava nas ruas, em Brasília, em frente aos quarteis do Exército, no dia 8 de janeiro. Insisto: o objetivo do grupo era conseguir que o Exército garantisse a permanência na Presidência da República de um presidente derrotado na eleição. Quiseram repetir o que houve no Brasil em 1964, quando os militares sustentaram a decisão do Congresso Nacional de exonerar o presidente eleito, forçando a mão no uso da Constituição. Dada a senha, os militares assumiram o poder, praticaram uma ditadura altamente cruel e foi uma luta enorme tirá-los de lá. 

Permitam-me andar um pouco mais com essa história, para lembrar que Jair Bolsonaro, ainda presidente, estimulou a população a buscar a ajuda do Exército, assim como incentivou a ira dos magistrados. O Exército disse não. Os magistrados, estes sim, aceitaram a provocação. Aproveitaram-se dela.

O que fez Jair Bolsonaro após as prisões dos “companheiros”? Cara de paisagem e agiu como se o assunto não fosse com ele. E só após estar seguro de que poderia dizer alguma coisa sobre o tema, posicionou-se a favor da anistia e o fez, timidamente.