Foi um fiasco a participação da Rede Sustentabilidade nas eleições municipais. Elegeu os prefeitos de Brejões, Livramento de Nossa Senhora e Seabra, na Bahia. Também o de Cabo Frio, no Rio de Janeiro e Lençóis Paulistas, em São Paulo. Ficou nisso.
Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro apresentou-se com Ricardo Young e Alessandro Molon, um não alcançou 1% dos votos. O outro só conseguiu isso.
Mas, a expectativa dos formadores de opinião, comentaristas e palpiteiros, era de um desempenho melhor, porque Marina Silva criou, lidera a Rede Sustentabilidade e obteve bons resultados nas eleições presidenciais que disputou. O que houve?
Os sinais ruins apareceram na campanha de 2014. Marina Silva não conseguiu criar a Rede Sustentabilidade. Fez-se candidata à Vice-Presidente de Eduardo Campos, do PSB. Antes de ser exposta como candidata à Presidência, posição que assumiu porque morreu Eduardo Campos, Marina Silva tinha rejeição de menos de 20%. Encerrou a campanha com 31% e abriu o ano das campanhas municipais com 46%. Uma brutalidade estatística, que só o derretimento de uma imagem explica.
Marina Silva tem errado o suficiente na estratégia ou na falta dela. Assim que assumiu o papel de candidata à Presidência, substituindo Eduardo Campos, ela substituiu o coordenador financeiro da campanha. Provocou uma crise interna na aliança, que sustentava a campanha e passou a imagem de saber de fatos desabonadores de um grupo do qual ela fazia parte há bastante tempo.
Adiante, resolveu revidar os ataques que recebeu dos principais adversários, Dilma Rousseff e Aécio Neves. Igualou-se a eles.
Fora isso, Marina Silva é prolixa, confusa e tanto mais expõe a imagem, mas cansa os espectadores. E nada é mais confuso do que um partido político ter o nome de Rede Sustentabilidade. Algo assim, não tem vocação para ser grande. E não suficiente o fato do nome ser ruim, a Rede Sustentabilidade tem estrutura também confusa. Não tem presidente, tem porta-voz.
E como é difícil definir a linha ideológica da Rede Sustentabilidade. Quem consegue? O que ela prega? O que defende? Se os partidos pertencessem ao reino animal, a Rede Sustentabilidade seria, sem dúvida, um mamífero que põe ovos. Um ornitorrinco!
Por Jackson Vasconcelos